quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Boas Práticas Laboratoriais (BPL)


Atualmente nos laboratórios clínicos a coleta é um setor preocupante, pois é o local onde é registrado o maior número de acidentes, devido ao uso de agulhas e outros materiais pérfuro-cortantes.
Para evitar tais acidentes são necessárias algumas medidas que devem ser tomadas por todos os profissionais da saúde bem como a realização dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP’s) para serem seguidos:

  •  Conhecer as regras para o trabalho com agente patogênico;
  •  Conhecer os riscos biológicos, químicos, radioativos, tóxicos e ergonômicos com os quais se tem contato no laboratório;
  • Ser treinado e aprender as precauções e procedimentos de biossegurança;
  •  Seguir as regras de biossegurança;
  • Evitar trabalhar sozinho com material infeccioso: uma segunda pessoa deve estar acessível para auxiliar em caso de acidente;
  • Todo profissional da saúde deve estar em dia com a vacinação. As principais vacinas são: tétano, difteria e coqueluche, hepatite A e B, varicela, influenza, meningite C, sarampo, cachumba e rubéola;
  •  Manter o laboratório limpo e arrumado, devendo evitar o armazenamento de materiais não pertinentes ao trabalho do laboratório;
  •  Limitar o acesso aos laboratórios, restringindo-o nos laboratórios de níveis de contenção 3 e 4;
  • Não permitir crianças no laboratório;
  • Esclarecer mulheres grávidas ou indivíduos imunocomprometidos que trabalham ou entram no laboratório quanto aos riscos biológicos;
  • Mantenha a porta do laboratório fechada;
  • Usar roupas protetoras de laboratório (uniformes, aventais, jalecos, máscaras) que devem estar disponíveis e ser usados inclusive por visitantes;
  • Usar luvas sempre que manusear material biológico;
  • Retirar o jaleco ou avental antes de sair do laboratório;
  • Não usar sapatos abertos;
  • Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção facial sempre que houver risco de espirrar material infectante ou de contusão com algum objeto;
  • Não aplicar cosméticos;
  • Não retirar canetas ou qualquer outro instrumento do laboratório sem descontaminar antes;
  • Não mastigar lápis/caneta e não roer as unhas;
  • Evitar o uso de lentes de contato. Se houver necessidade de usá-las, proteja os olhos com óculos de segurança;
  • Cabelos compridos devem estar presos durante o trabalho. O uso de jóias ou bijuterias deve ser evitado;
  • Lavar as mãos sempre após manipulação com materiais sabidamente ou com suspeita de contaminação;
  • Lavar as mãos sempre após remoção das luvas, do avental ou jaleco e antes de sair do laboratório;
  • Nunca pipetar com a boca. Usar pêra ou pipetador automático;
  • Restringir o uso de agulhas, seringas e outros objetos pérfuro-cortantes;
  • Extremo cuidado deve ser tomado quando da manipulação de agulhas para evitar a auto-inoculação e a produção de aerossóis durante o uso e descarte;
  • Não transitar nos corredores com material patogênico a não ser que esteja acondicionado conforme normas de biossegurança;
  • Não fumar, não comer, não beber no local de trabalho onde há qualquer agente patogênico;
  • Não estocar comida ou bebida no laboratório (De acordo com a NR-32 de 16.11.05);
  • Nunca usar vidraria quebrada ou trincada;
  • Descontaminar a superfície de trabalho sempre que houver contaminação com material infectante e no final do dia, de acordo com as rotinas estabelecidas no manual de limpeza e desinfecção;
  • Descontaminar todo material líquido ou sólido antes de reusar ou descartar;  
  • O símbolo internacional de biossegurança deve estar fixado na entrada dos laboratórios que manipulam microrganismos de risco 2 ou maior; 

 
  • Evite o hábito de levar as mãos à boca, nariz, olhos, rosto ou cabelo;
  • Não mantenha plantas, bolsas, roupas ou qualquer outro objeto não relacionado com o trabalho dentro do laboratório (objetos de uso pessoal não devem ser guardados no laboratório);
  • As unhas devem ser curtas, bem cuidadas e não podem ultrapassar a ponta dos dedos. Preferencialmente sem conter esmalte, pois libera micro fraturas;
  • Use cabine de segurança biológica para manusear material infeccioso ou materiais que necessitem de proteção contra contaminação;
  • Utilize dispositivos de contenção ou minimize as atividades produtoras de aerossóis. Ex: centrifugação;
  • Qualquer pessoa com corte recente, com lesão na pele ou com ferida aberta (mesmo uma extração de dente), devem abster-se de trabalhar com patógenos humanos;
  • Coloque todo o material com contaminação biológica em recipientes com tampa e a prova de vazamento, antes de removê-los de uma seção para outra do laboratório;
  • Descontaminação por autoclavação ou por desinfecção química, todo o material com contaminação biológica;
  • Descontamine todo equipamento antes de qualquer serviço de manutenção; 
  • Saiba a localização do mais próximo lava olhos, chuveiro de segurança e extintor de incêndio. Saiba como usá-los;
  • Mantenha preso em local seguro todos os cilindros de gás, fora da área do laboratório e longe do fogo;   
  • Todo novo funcionário ou estagiário deve ter treinamento e orientação específica sobre Boas Práticas Laboratoriais e Princípios de Biossegurança aplicados ao trabalho que irá desenvolver; 
  • Qualquer acidente com exposição a material infectante deve ser imediatamente comunicado à chefia do laboratório, registrado em formulário específico e encaminhado para acompanhamento junto a Comissão de Biossegurança da Instituição, para as medidas cabíveis.

 
  • Referências:

    R . I S H A K , A . C . L I N H A R E S  & M. O. G . I S H A K. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 31 (2): 126-131, março-abril, 1989. BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rimtsp/v31n2/11.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2011

     SEIXAS, FABIANA KÖMMLING. Biossegurança em laboratórios de pesquisa. Disponível em: www.ufpel.edu.br/cenbiot/Biosseguranca%20%201.ppt. Acessado em 20 de outubro de 2011.

    Dra. MARTINS, Adriana Sotero. Biossegurança uma necessidade nas Instituições de CT&I do Amazonas. Disponível em:
    www.cgee.org.br/atividades/redirect.php?idProduto=2120. Acessado em 22 de outubro de 2011.

    Cícero, Luciana Di. Histórico da biossegurança no Brasil. Diretora Científica da ANBIO. Simpósio sobre Biossegurança de Organismos Genéticamente Modificados. Disponível em: www.direxlim.fm.usp.br/download/Dra.%20Luciana%20Di%20Ciero.pdf
     Acessado em 22 de outubro de 2011

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